
terça-feira, novembro 06, 2007
domingo, outubro 21, 2007
A única luta pelo poder em que estou empenhado é a luta para que o povo português tome o poder e que nessa luta tenha um papel determinante a actividade do aparelho político organizado que é o PCP, a que pertenço.
Adriano Correia de Oliveira
quarta-feira, outubro 17, 2007

O Sol, indiferente, como se de um deus se tratasse, carregava violentamente sobre os seus insignificantes súbditos que, perante Ele, o idolatram e lhe suplicam misericórdia; os súbditos, esses, são almas simples, vagueando nas suas complexas tarefas terrenas no mundo dos Homens. Fosse o local outro e até se poderia dizer que estava um belo dia, mas o dia, ou melhor, o local, não estava para proferir essa observação. Neste local, bem lá em baixo (ou em cima, depende), na terra, no mundo dos Homens e das almas, o ambiente era de tensão, muita tensão; e o Sol, esse, continuava muito distante e, ao mesmo tempo, perto demais, exercendo as suas funções de Ser omnipresente e omnipotente, para uma vez mais ser testemunha da maldade das almas, mas sabe que não foi ele que a criou, e dai “limpa as suas mãos” – já diria o outro –, e continua cumprindo-se no seu propósito. No chão, perto de um pequeno, velho e pobre armazém pré-fabricado, cai uma pequena folha, levada ou trazida pelo vento, dependendo da perspectiva de quem de um lado ou de outro se coloca – tivesse ali alguém passado e teria lido nessa: 9 de Outubro. À folha, e depois de ser pisada por um pequeno pé, o vento trata de a levar de novo, numa viagem que só o Sol poderá testemunhar o destino. Primeiro, um pé e depois o outro, primeiro, uma pancada seca e depois outra, e assim, neste compasso, até penetrar o barraco; entra uma dessas simples almas, como de um autómato se tratasse – certamente, corre para a ordem de outrem, mas a outra tem nome – é Félix Rodriguez – e tem pais, que esse nome lhe deram – a mãe CIA e o pai José Barrientos. Dentro do armazém está escuro, húmido e muito abafado, o cheiro é a madeira podre, em três passos largos, dados já dentro do mesmo, chega o autómato junto de uma outra alma, mesmo agachada, de cabeça entre os joelhos, essa È grande, enorme, gigante, a maior que já viu, pensa este para si mesmo, enquanto tenta dizer algo, mas as palavras teimam em sair do pensamento, parece que perderam a vida, não têm força; tenta, tenta e tenta ainda; e, por fim, trémulo, diz: chegou a hora! Nesse instante, a alma gigante, imóvel, impenetrável, inatingível, nada diz e nada faz; para segundos depois, levantar a cabeça, e com os olhos acompanhar o movimento e a sintonia entre estes, corpo e olhar, é harmoniosa; agora, fixa os olhos do autómato, não diz nada e nada faz, mas continua fixado, os olhos dele nos do autómato, brilham os do outro, gritam amor os deste, aí começam a chorar os do segundo, enquanto, os dele, exaltam amor, humildade, fraternidade e humanidade; o outro não aguenta e sofre, é demasiado para a sua simples constituição e roda sobre si, leva as mãos ao rosto e sai devagar, arrastando os pés num chão empoeirado.

Em poucos segundos, e depois da alma dos recados passar a porta do armazém, de mãos no rosto, num soluçar dizendo: nunca vi nada assim, não é uma alma, não é uma alma, não pode ser, é um Homem, um verdadeiro Homem; num quase imediato, em passos mais destemidos, mais secos, mais violentos, seguindo-se uns aos outros, avança a alma de Félix Rodriguez, carrega consigo algo, algo que parece confortar nos seus braços. O tempo parece abrandar, agora tudo corre num movimento lento; e aí, estivessem atentas, as outras almas ali fora presentes, não fosse a tensão em que estão embebidos distrai-los, e teriam reparado num momento em que um raio do Sol incide directamente sobre o relógio no pulso da alma andante carregando algo em braços, e fosse a visão a de uma águia que por ali voava, a deles, reparavam nas horas que este marcava: doze horas e trinta minutos ou, diriam outros, meio-dia e meia. O tempo parece avançar devagar, menos a vontade e a ganância de Félix Rodriguez; mesmo quando sente o cheiro a madeira apodrecida, quando alcança o interior do armazém, não cede ao olfacto que pede que abrande, vai decidido, pensa que ninguém o pode demover da tarefa que seus pais o incumbiram de realizar, sente-se demasiado orgulhoso de si mesmo para abrandar, considera-se um digno carrasco, está sedento de morte, de sangue, de tirar vidas. O tempo, que caminhava lento no seu percurso, agora pára, como se os relógios do tempo tivessem parado, o tempo cessou – diria alguém –, e a alma que Félix Rodriguez pensaria encontrar sentada, de cabeça baixa, tremendo de medo, implorando por misericórdia, como, aliás, quase sempre encontrara as suas vitimas, está de pé, de pé como um cavalo, hirto como uma estátua, calmo e sereno como uma árvore de ramos esvoaçando ao vento, de cabeça levantada, mas nada diz e nada faz, olha apenas, penetra nos olhos de Félix Rodriguez e rosna bravura, coragem e um destemor de impressionar até mesmo uma pedra; e nada diz e nada faz. Noutro instante, em que o tempo volta a andar e a fazer o seu percurso, aguarda, só resta aguardar que se cumpra a sua premonição – Se tenho que morrer será nesta caverna (...). Morrer, sim, mas crivado de balas, destroçado pelas baionetas. Uma recordação mais duradoura do que o meu nome, é lutar, morrer lutando.

¡Hasta La Victoria, Siempre!
terça-feira, outubro 09, 2007

Aquí se queda la clara,
Tu mano gloriosa y fuerte
Aquí se queda la clara,
Vienes quemando la brisa
Aquí se queda la clara,
Tu amor revolucionario
Aquí se queda la clara,
.
Aquí se queda la clara,
(Carlos Puebla, 1965)
Hasta Siempre!
sábado, setembro 22, 2007
O posto de trabalho de 200 trabalhadores está ameaçado
A Empresa A.A.Silva, fabricante das baterias da marca Autosil, sendo a única no país que fabrica baterias destinadas à indústria automóvel, é uma empresa estrategicamente com grande importância no país e no concelho Oeiras. No entanto, por práticas danosas da administração, esta está a colocar o posto de trabalho de 200 trabalhadores sob ameaça.
Tendo em conta que os trabalhadores não podem ser penalizados nos seus direitos, designadamente no seu direito constitucional ao trabalho, a Comissão Concelhia de Oeiras do Partido Comunista Português manifestou em comunicado aos trabalhadores a “solidariedade com os trabalhadores da Autosil e a sua disponibilidade para desenvolverem as acções adequadas, na Assembleia da República e Assembleia Municipal, no sentido de:
* Defender o aparelho produtivo;
* Defender a produção Nacional;
* Defender os postos de trabalho;
* Defender os direitos dos trabalhadores.”
Uma delegação do PCP, com representantes da Comissão Concelhia de Oeiras, do Grupo Parlamentar da Assembleia da Republica – deputado Miguel Tiago, e da bancada da CDU na Assembleia Municipal de Oeiras, esteve presente no Plenário realizado à porta da Empresa, no passado dia 20 de Setembro, para demonstrar os trabalhadores a sua solidariedade.
A Luta Continua!
Temos mesmo que defender como diz o comunicado do PCP o Aparelho Produtivo, a Produção Nacional, os Postos de Trabalho e os Direitos dos Trabalhadores. Porque se a Empresa está mal, foi porque a Admnistração teve uma gestão desastrosa, e não por culpa dos trabalhadores, desta forma o seu posto de trabalho e direitos têm de ser garantidos. Mesmo em termos estrategicos para o desenvolvimento do País o encerramento a curto ou medio prazo desta Empresa é negativo, pois é a unica que fabrica baterias em Portugal. Ora encerrando esta empresa toda a produção deste tipo será estrangeira o que implicará mais custos para o país e para os portugueses. desta forma o Governo deveria agir. Mas isto segue as orientações da politica capitalista, que promove o desmantelamento do aparelho produtivo nacional e deixa Portugal nas mãos do capital estrangeiro.
A Luta Continua!
Hasta Siempre!
terça-feira, setembro 18, 2007
.
por Gonçalo Tomé (Koba)